Dia Europeu de Melanoma - 11 maio 2021
Laboratório de Duarte Barral - Membrane Traffic in Disease & Laboratório de Miguel Seabra - Molecular Mechanisms of Disease
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os cancros de pele são os mais comuns de entre todos os tipos de cancro, afetando cerca de 3 milhões de pessoas em todo o mundo anualmente. O melanoma cutâneo está associado à grande maioria das mortes relacionadas por cancro de pele, apesar de ser responsável por apenas 5% dos mesmos, o que demonstra a sua agressividade. Este tipo de melanoma envolve a transformação maligna dos melanócitos da pele. Os melanócitos são células especializadas responsáveis por sintetizar o pigmento melanina, que absorve radiação ultravioleta (UV) e protege as células dos seus efeitos nefastos. De facto, a radiação UV causa mutações no DNA das células da pele que levam ao aparecimento do melanoma cutâneo. No entanto, ao absorver a radiação, a melanina é quimicamente alterada, o que causa efeitos tóxicos diferidos no tempo.
As equipas de Duarte Barral e Miguel Seabra do CEDOC-NMS, em colaboração com investigadores do IPO de Lisboa Francisco Gentil estão a tentar compreender o papel da melanina na agressividade do melanoma cutâneo, com base nos conhecimentos adquiridos nos últimos anos sobre a regulação do transporte e secreção de melanina pelos melanócitos. Este estudo poderá levar à descoberta de novos alvos terapêuticos que permitam evitar a formação de metástases, que causam elevada mortalidade e morbilidade por este tipo de cancro.
Saiba mais: Laboratório de Duarte Barral e Laboratórios de Miguel Seabra
Hugo de Seabra Nunes, Aluno de Doutoramento da Nova Medical School; Unidade de Investigação em Patobiologia Molecular, IPO de Lisboa Francisco Gentil
O melanoma maligno é o mais agressivo e mortal dos cancros da pele, devido ao seu elevado potencial de disseminação. Essa disseminação pode incluir localizações no cérebro, designadas metástases cerebrais, que são a causa de morte de cerca de metade dos doentes com melanoma avançado com metástases.
Avanços tecnológicos permitiram descobrir alterações moleculares associadas ao melanoma e, com isso, novas terapêuticas, como inibidores de proteínas específicas envolvidas no crescimento tumoral (BRAF/MEK)ou a imunoterapia. Estas terapêuticas podem ser eficazes nas metástases cerebrais, se estas forem diagnosticadas precocemente e quando o doente ainda não apresenta sintomas.
Hugo de Seabra Nunes, estudante de doutoramento da NOVA Medical School, está a desenvolver um projeto de investigação na Unidade de Investigação em Patobiologia Molecular, no IPOLFG, que visa determinar alterações moleculares tumorais no melanoma, que possam dar informação prognóstica, ou seja, que antecipam o risco do melanoma da pele vir a desenvolver metástases cerebrais. Este trabalho possibilitará antecipar exames de imagem cerebral nos doentes de maior risco, permitindo, por um lado, fazer terapêuticas preventivas, e por outro lado, utilizar terapêuticas dirigidas a metástases pequenas e assintomáticas, melhorando a sobrevivência global dos doentes com melanoma.